segunda-feira, 24 de outubro de 2011

* Festivais passam e o artista se perpetua.

FESTIVAIS PASSAM E O ARTISTA SE PERPETUA COM A ARTE QUE LIBERTA!

(Publicado no grupo de emails da Rede de Pontos de Cultura de Pernamnbuco Rede.PE... Veja no Google

Mais um Festival Pernambuco Nação Cultural passou por Palmares.
Novamente GRUCALP (49 anos de lutas:
www.grucalp.uni7.net) sem espaços nos palcos e para seus oficineiros nas oficinas promovidas pelo Festival. Em 2009 assessores do Governo Municipal acusaram FUNDARPE e por sua vez assessores da FUNDARPE disseram que as prefeituras que indicavam. Este ano não procuramos saber quem seria tal e qual. Apenas ficou registrado na História mais uma discriminação e exclusão.
Hoje na Reunião de Oficineiros e Diretoria do GRUCALP no Centro Cultural da nossa entidade (
www.pontogrucalp.uni7.net) as avaliações ficaram resumidas neste texto: MAIS IMPORTANTES QUE OS PALCOS DOS FESTIVAIS SÃO OS PALCOS DA VIDA ONDE OS GRUCALPENSES ATUAM EM LIDERANÇAS COMUNITÁRIAS CONSTRUINDO O DESENVOLVIMENTO DE MENTALIDADES ATRAVÉS DA ARTE LIBERTADORA. OS FESTIVAIS PASSAM E OS GOVERNOS PASSAM, PORÉM OS ARTISTAS SE PERPETUAM ATRAVÉS DA ARTE QUE GERAM!
A Coordenadoria dos Pontos de Cultura FUNDARPE aproveitou o Festival Pernambuco Nação Cultural para vir a Palmares e fazer o Tecendo Redes. Pessoas cordiais, atenciosas e dedicadas (Adriana e Ana) que educadamente pediram perdão por não vir a Palmares logo após enchentes de maio/2011 para assessorar o nosso Ponto de Cultura vítima das catástrofes. Explicaram que não tiveram condições de deslocamento. Mas mostramos a elas que resistimos, persistimos e já muita coisa reconstruímos, adaptamos através de doações de amigos e mantivemos as atividades que aglutinaram mais de 200 inscritos em Oficinas Artísticas provindos da zona urbana e rural de Palmares (estudantes residentes em 21 comunidades rurais, além de cidades circunvizinhas: Água Preta, Xexéu, Barreiros, São José da Coroa Grande e até de Colônia Leopoldina em Alagoas).
Como em tudo há coisas boas para se aproveitar (bastando saber analisar as situações), o Festival trouxe esse contato com o Tecendo Redes. E conhecemos realidades dos Pontos de Cultura da Mata Sul, além dos importantes relatos dos Conselheiros da Rede Estadual e da Rede Nacional dos Pontos de Cultura. Um ponto crucial nisso tudo foi conhecer o representante do ITEIA.
Os Festivais que deveriam ser derivados das atividades de formação artística empreendidas pelos Centros Culturais de formação comunitária, na realdade são montados como simples fontes de diversão para o povo e marketing maior dos Governos.
GRUCALP realizou um Festival de Música em Fevereiro/2011 (algo que pode ser constatado em nosso blog citado acima e em nossos canais youtube
www.youtube.com/GRUCALP e www.youtube.com/colmeiadasletras). O evento final foi um Concerto com os jovens que participaram das oficinas de música. No Concerto tivemos a honra de ouvir ao vivo o som de um autêntico violino Stradivarius de 1721.
Promovemos esse Festival com recursos próprios, sem apoios de verbas governamentais. Aulas gratuitas e Concerto aberto sem cobrar ingressos. Quisemos mostrar como devem ocorrer os Festivais derivados de ações educacionais e não como simples lazeres.
A Mata Sul Pernambucana tem riquezas culturais e a junção de esforços nos empreendimentos de formação artísticas bem que comportam Festivais Regionais gerados pelas ações dos nossos Pontos de Cultura. Se com união de seres humanos abnegados fizemos aqui em Palmares um Festival de Música envolvendo jovens instrumentistas de arco e corda, muito mais poderemos fazer com a união dos Pontos de Cultura em prol das nossas expressões populares e mostrar a esses governos plutocratas quem gera a cultura regional.

Veio para Palmares pela terceira vez o Festival Pernambuco Nação Cultural com bons shows, mas repetindo erros do passado. Muitos legítimos fazedores da nossa cultura de fora dos palcos e como oficineiros. E o pior de tudo é que levados pelas exigências do Convênio, temos que divulgar que somos Ponto de Cultura do MinC/FUNDARPE, algo a levar alguns artistas pensar que temos condições de indicar, amparar artistas para serem incluídos nos Festivais ou influir nos amparos necessitados (dizemos isso porque vários artistas locais nos procuraram reclamando serem excluídos e pedindo proteção, então nos resta relatar).
Quando soubemos que a Coordenação dos Pontos de Cultura FUNDARPE não tem gerência sobre os Festivais promovidos por essa Fundação, então vemos a necessidade de nós como Pontos de Cultura exigir da Secretaria de Cultura do Estado melhores condições de trabalho e de abrangência para esses assessores responsáveis pelo amparo dos nossos pontos de cultura. Na exposição do encontro dos Pontos de Cultura da Mata Sul em Palmares, ontem, vimos a realidade chocante de como há tantas dificuldades para realizações das ações da coordenação e como os Pontos de Cultura precisam agir reivindicando melhoras das condições de trabalho daquela Coordenação que embora com muita boa vontade está sujeita a viver como num gueto da FUNDARPE (visto que não têm condições de participar das decisões dos grandes projetos da instituição).
Sobre a realização do Festival Pernambuco Nação Cultural em Palmares, soubemos há duas semanas, quando Ana da Coordenação dos Pontos de Cultura nos telefonou avisando sobre o evento Tecendo Redes. E nenhum folder, ofício, cartaz foi entregue em nosso Centro Cultural. Um desprezo da produção do Festival citado. E os erros continuaram, como por exemplo, ontem, no último dia, um carro de sonorização continuavam circulando convidando poetas, atores e artistas em geral para se inscrever nem sei em quê porque além de passar rapidamente, com texto longo (texto de carro de sonorização dever ser curto e o automóvel passam devagar).
Hoje durante a reunião da nossa ONG, vários membros reclamaram que muito depois que as oficinas começaram, souberam os conteúdos e onde estava sendo realizadas, pois reportagens em rádios diziam o que estava ocorrendo, ao invés de divulgar antes de ocorrer para que pessoas interessadas tivesse acessos às inscrições...
Nos intervalos entre as atrações, músicas sem vínculos com o perfil do Festival foram executadas, como por exemplo, numa das noites, por volta das 23 h. ouvimos lá da nossa casa o som de rock pauleira de banda estrangeira em ensurdecedor volume sonoro vindo do palco do evento. E quando estavam testando o equipamento sonoro também ouvimos sons que não eram pernambucanos e sim de bandas de rock do sudeste.
Então o título PERNAMBUCO NAÇÃO CULTURAL se tornou um engodo diante da visão de muita gente. Primeiramente diante desses choques culturais musicais e depois pela exclusão da maioria dos valores locais, despertando a pergunta: NÃO SOMOS PARTE DESTA NAÇÃO QUE SE DIZ PERNAMBUCO CULTURAL? SOMOS DE OUTRO PLANETA? Artistas locais questionando: Para que aquele cadastramento online no site da FUNDARPE?
Cremos que quando se pisa na casa dos outros devemos ter respeito e valorizar os donos da casa. Mas se o Estado entra na nossa casa se dizendo a dona, então somos enxotados dos nossos palcos para nos tornar platéias do que a produção do FESTIVAL nos obriga a engolir.
Durante a semana, durante vários shows, observamos o anfiteatro da Praça Dr. Paulo Paranhos, onde maioria dos eventos ocorreu, com platéia apática a tudo, pois poucas pessoas sentadas alí e maioria de costas para o palco...

Os descaminhos aqui na Fundação Casa da Cultura Hermilo Borba Filho são bem conhecidos há anos, lá não há gente comprometida com as bases da cultura local, mas somente com promoções de eventos sem bases com nossa cultura regional e outros desencaminhamentos. Mas erros assim ocorrer com a FUNDARPE que tem no Festival Pernambuco Nação Cultural suas bases de marketing de valorização da pernambucanidade foi de estarrecer.
Diante de tudo que os criadores do +CULTURA diz sobre os pontos de cultura, nós pontos de cultura seriamos as bases para a reconstrução e da revitalização da cultura nacional e preservação das expressões legítimas da nossa brava gente. Mas as práticas das políticas dos grandes eventos promovidos pelas Prefeituras (uma maioria) e Governo do Estado nos deixam como guetos, mesmo tendo consciência de nossa situação de reconhecidos fazedores da cultura que a aprovação dos nossos projetos para sermos pontos de cultura nos concedeu.
Se há quem defenda que a participação dos Pontos de Cultura nos grandes festivais será através de lutas para conquistar, dizemos que está na hora de fazermos nossos próprios festivais de cultura, porque somos os principais empreendedores e guardiões das expressões populares da nossa terra. E temos poder de mobilizar as comunidades. Devemos fazer a diferença nesse quadro de depredação dos nossos valores mais legítimos.
Que a nossa Rede seja forte e não se rasgue sob as botas e espadas dos usurpadores plutocratas.

Jaorish Gomes Teles da Silva
Diretor de Relações Públicas do GRUCALP


www.jaorish.uni7.net
http://groups.google.com/group/redepe-pontosdecultura)