Publicações do Projeto PONTO DE CULTURA FORTALECIMENTO DAS MULTIAÇÕES DO GRUPO CULTURAL DOS PALMARES - GRUCALP.
O GRUCALP foi reconhecido PONTO DE CULTURA do MINISTÉRIO DA CULTURA/FUNDARPE (resultado do Julgamento foi divulgado em Junho de 2010, assinamos Convênio Nº 020/2010, Processos Nº 6287 e 6288/2010 com o MinC/FUNDARPE dia 19 de Novembro/2010; publicação no Diário Oficial do Estado do dia 27/11/2010, Página 19).
Domingo, 22 de Abril foi dia de Oficinas, ensaio e ação cineclubista ("A MURALHA", baseada no romance homónimo de Dinah Silveira de Queiróz) no Centro Cultural do GRUCALP.
Elenco do GRUCALP em fase adiantada de montagem de nova produção teatral.
Durante a manhã, após Oficina de Artes Cênicas, Oficina de Culinária resultando num delicioso almoço para todos os presentes.
Após o almoço, momentos de descontração e leitura, num introsamento sadio e construtivo
Instrumentistas se preparam para novo Espetáculo-aula
.
Essa turma gosta de tocar samba, frevo, xaxado, maracatú!
22 DE ABRIL DATA DA INVASÃO OFICIAL DE PORTUGAL NO TERRITÓRIO BRASILEIRO.
HOJE SESSÃO CINECLUBISTA COM O FILME "A MURALHA", baseada no romance homónimo de Dinah Silveira de Queiróz. No Centro Cultural do GRUCALP (Rua Tenente Antonio Becco, 28 - Bairro Centro - Palmares - PE), às 16h.
"Século XVII. Três mulheres em busca de um sonho. Para alcançá-lo,
devem cruzar a maior cadeia de montanhas do Brasil. Devem cruzar a
muralha." (traduzido do site da minissérie no Canal 13 do Chile)
Os bandeirantes foram os pioneiros no desbravamento europeu do território brasileiro. Paulistas
em sua maioria, por volta de 1600, suas atividades consistiam em abrir
rotas rumo ao interior do país em busca de riquezas e, também, de índios
para serem vendidos como escravos. Mesmo sob domínio territorial
português, a luta pela posse das propriedades era constante. Vindos de
diferentes partes do mundo, inúmeros forasteiros tentavam se apossar do
território conquistado pelos bandeirantes. A muralha é uma referência à Serra do Mar, um grande obstáculo às incursões ao centro do país. É pelas cercanias da Vila de São Paulo, na fazenda de Lagoa Serena, após atravessar a muralha, que habita dom Braz Olinto (Mauro Mendonça),
um patriarca que lidera sua família e sua bandeira com muito trabalho e
sacrifício. Sua luta principal é dominar e vender mão de obra indígena,
adquirida através das empreitadas feitas ao interior.
Nisto, se difere de seu filho Tiago Olinto (Leonardo Brício),
que vê, na conquista do ouro, a grande razão para seu empenho pessoal.
Junto de dom Braz em suas aventuras, está também Afonso Góis (Celso Frateschi), seu genro, casado com Basília (Deborah Evelyn),
sua filha. O casal padece da dor da perda do filho Pedro, que
desapareceu, aos 13 anos, durante uma expedição com o pai. Em função
disso, a expectativa pelo reencontro do filho é uma constante para
Afonso e Basília. Rosália (Regiane Alves), a caçula de Braz, é uma jovem determinada, que se dispõe a largar tudo quando se apaixona de verdade por Bento Coutinho (Caco Ciocler), que trabalha na bandeira de seu pai. Leonel (Leonardo Medeiros), seu filho, é casado com a sensível Margarida (Maria Luísa Mendonça), que acha que seu casamento só será completo após a chegada de um filho. Ainda na fazenda, mora Mãe Cândida (Vera Holtz), esposa de dom Braz, que assume a casa nos períodos em que os homens estão fora.
Afetuosa, porém contida, seus critérios não se baseiam na religião ou
na justiça, mas nas prioridades de seus homens. Junto dos filhos, mora a
sobrinha Isabel (Alessandra Negrini),
a única mulher a enfrentar a mata e as batalhas no meio dos homens. É
considerada, por dom Braz, o melhor soldado de sua tropa, inclusive
porque salvara a vida do tio durante um ataque à aldeia. Isabel é
apaixonada por Tiago e tem comportamento selvagem, o que a faz sentir-se
quase como um bicho. Após a batalha, dom Braz informa Tiago de que
havia mandado vir de Portugal uma mulher que não fosse uma nativa ou
impura, para se casar com o filho. O conflito entre os dois é
inevitável. Tendo sido criado no Colégio dos Jesuítas, Tiago teve contato com pensamentos renascentistas
e era contra a dominação e o desrespeito aos índios. Seu interesse
estava concentrado na observação de estrelas e em sonhar com a conquista
do ouro no sertão, na cidade de Sabaraboçu, que muitos achavam se tratar de uma lenda. Tiago tem, como melhor amigo, o índio Apingorá (André Gonçalves), líder de sua tribo, que sabe ler e escrever em português e que ajuda dom Braz nas suas empreitadas.
Pelo mar, chega Beatriz (Leandra Leal),
a noiva de Tiago, que é também sua prima. Trata-se de uma menina cheia
de sonhos e apaixonada pelo futuro esposo, que sequer conhece. Junto com
ela, chegam Ana (Letícia Sabatella), a prostituta Antônia (Claudia Ohana) e o padre Miguel (Matheus Nachtergaele).
A chegada até Lagoa Serena se dá por uma tortuosa caminhada através da
Serra do Mar, que já simboliza toda a dificuldade que Beatriz, uma dama
europeia, encontra na rudeza dos territórios brasileiros da época. Ao
longo do caminho, porém, ela se revela alguém de muita fibra e força,
disposta a enfrentar tudo para alcançar seus objetivos, despindo-se de
seus sapatos e vestes para enfrentar os campos coloniais. Ana é uma cristã-nova, que chega triste ao Brasil para cumprir sua promessa e casar-se com dom Jerônimo (Tarcísio Meira), um comerciante inimigo de dom Braz.
A promessa de casamento fora feita por seu pai, a quem dom Jerônimo livrara da fogueira da Inquisição. Ao chegar ao Brasil, Ana é recebida por Guilherme Schetz (Alexandre Borges),
responsável por levá-la até dom Jerônimo. Assim, Ana passa uma noite na
casa de Guilherme, pressentindo que seu destino após a boa companhia do
rapaz não seria bom. A figura de dom Jerônimo era a síntese da
hipocrisia religiosa de seu tempo e, ao conhecer Ana, ele passa a
escravizá-la e espioná-la para saber de sua real conversão. Trata-se de
um pervertido, que estupra a índia Moatira (Maria Maya)
inúmeras vezes. Dissimulado, porém, passa a maior parte do tempo a
procurar heresias e escrevendo cartas ao tribunal do Santo Ofício, a
Inquisição. Antônia veio ao Brasil em busca de um bom casamento, sabendo
que não havia muitas mulheres brancas por estas terras. Irreverente e
debochada, ela ocupa funções estratégicas na vila, como mensageira entre
Ana e Guilherme e, mais tarde, ao reencontrar Beatriz, ajudando-a a
conquistar Tiago. Já ao chegar, cai nas graças do bem-humorado mestre
Davidão (Pedro Paulo Rangel),
que passa a cortejá-la. Padre Miguel é um jovem idealista e
verdadeiramente crente de sua missão: evangelizar o gentio. Em seu
caminho, a paixão pela índia Moatira o faz rever seus conceitos e
acreditar que o caminho cultural traçado por nossos indígenas não era
errado, mas diferente.
Beatriz enfrenta forte luta para conquistar o coração de Tiago.
Acobertada por mãe Cândida, Isabel esconde até quando pode sua gravidez,
fruto do relacionamento com o primo a quem amava. Durante uma batalha,
no entanto, dom Braz é atingido e, antes de morrer, confessa a Isabel
que também é sua filha. Ciente de que não poderia levar seu sentimento
adiante, a moça se despede de Tiago e entrega seu filho a Beatriz, para
que ela assuma sua criação. Isabel segue, então, para uma aldeia e, sob a
proteção de Caraíba (Stênio Garcia),
é intimada a cumprir seu destino. Voltando ao lugar que lhe pertence,
nua, ela anda rumo à mata, que a acolhe, dando a entender que se
transforma em uma onça. Após denunciar vários cidadãos da vila à
Inquisição, dom Jerônimo passa a mandar prender todos aqueles que se
colocam contra sua autoridade. São presos: mestre Davidão e Antônia, Ana
e Guilherme e, também, o padre Miguel. Para o julgamento inquisitório, o
próprio dom Jerônimo assume o papel de juiz e arma uma audiência
pública para incriminar os acusados. Lá, eles são acusados injustamente
de pecados como apostasia, prostituição e devassidão moral.
Perante os demais cidadãos, que acompanham inconformados aquele
julgamento, todos são condenados à fogueira. Antes de ser queimado,
entretanto, Guilherme consegue uma faca e acerta o abdômen de dom
Jerônimo. Nesse momento, ele passa a ouvir as verdades sobre sua própria
devassidão e pecados ditas por Ana e vê, no centro da fogueira, a
falecida índia Moatira, a quem estuprara diversas vezes e Dom Braz, seu
inimigo mortal. Desesperado com as alucinações, termina morto em uma das
fogueiras que ele mesmo acendeu. Antônia aceita casar-se com Davidão e
Ana passa a viver feliz ao lado de Guilherme, terminando grávida. Padre
Miguel se dedica a cuidar dos índios, sob orientação de Caraíba e vê,
nas pequenas meninas, a imagem da índia Moatira, a quem amava. Em Lagoa
Serena, Leonel chega de Sabaraboçu dizendo ao irmão Tiago que a terra do
ouro não era uma lenda. Nove meses se passam e, após Beatriz dar à luz a
pequena Margarida, nome dado em homenagem à falecida cunhada, os dois
irmãos tomam a estrada rumo a essas terras, em companhia de Beatriz, que
se diz pronta para enfrentar o que for ao lado do marido, e levam os
filhos Braz e Margarida.